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...bem vindo a porta que te levará a viajar comigo; que te fará meu companheiro(a) em cada nova aventura... e história nas antigas; venha, vamos juntos conhecer o mundo... Andarilho.

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Porto Velho , Rondônia, Brazil
...Motociclista aventureiro, apaixonado pela vida e pela liberdade... ...Andarilho autodidata em moto turismo; é otimista, prega e tem por objetivo, viver a vida intensamente com responsabilidade; preza pela direção defensiva e responsabilidade no trânsito, é disciplinado e adora desafios. Possui vasta experiência em viagens de curto, médio e longo alcance; e tem prazer em planejar, organizar e executar expedições, viagens e passeios; sempre muito bem acompanhado por sua fiel companheira "Sarita", sua Nx 350 Sahara 1999; manja da mecânica básica de motos e fala "portunhol" 🤣

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Expedição Machu Picchu; 4º dia-05 de julho de 2008

Depois de quase 10 anos encontrei meu caderninho com nosso diário de bordo e então estou postando...

Acordei às 04:15 h da manhã, pensando ser 05:15 h, pois eu não havia mudado a hora em meu relógio. Depois disso não consegui mais dormir; então fui fazer uma limpeza na bagagem totalmente empoeirada. Depois que o Roberto levantou, carregamos as motos; tiramos algumas fotos com o Jaime, recepcionista do hotel e fomos procurar um local para tomar um café da manhã, já que nesse hotel não servem café da manhã. Procuramos um pouco até encontrar um local, onde dentro de uma vitrine havia alguns pães de hambúrguer com presunto e queijo; pedimos um para cada. Pedimos também que nos servissem um café para cada um. A senhora esquentou uma água, encheu dois copos e nos deu; o café fica em uma pequena vasilha, que a gente coloca nessa água, virando uma verdadeira água de batata. O Roberto refugou na hora, eu ainda tomei um pouco para experimentar. Ainda ali tiramos fotos com algumas crianças e depois pegamos a estrada para Mazuco. Muito cascalho e poeira; não adiantou nada limpar a bagagem. Passamos por Mazuco, abastecemos as motos e seguimos rumo a Quincemil. Mais cascalho, poeira e muitas máquinas e caminhões na estrada trabalhando; bem complicado o trânsito em certas partes. Como não havíamos almoçado, paramos em uma casa, uma espécie de tenda; procuramos por uma bolacha com refrigerante; mas a senhora não tinha bolacha ou algo assim. Enquanto ela pegava o refrigerante; um porco branco grande queria derrubar a moto do Roberto; na verdade ele estava se coçando. Enfim a senhora encontrou o refrigerante; mas dispensamos, pois era quente. Quando já íamos saindo, uma cena me fez descer da moto e fazer uma foto; em pleno Peru, um peru fazia amor com sua perua. Registrei o momento e ele continuou o que estava fazendo, tranquilo. Continuamos rumo a Quincemil; depois de Mazuco já começa a cordilheira. Então já estávamos subindo, descendo, passando por penhascos. Essa parte da cordilheira é coberta por floresta amazônica ainda. Para nossa surpresa, alcançamos um padre de São Paulo, também indo na mesma direção, de bicicleta. Ele havia saído de São Paulo, cruzando Rondônia; disse ter logicamente ter passado por Cacoal, Ji-Paraná... Com o objetivo de chegar ao México. Descobrimos que sempre tem um mais doido que a gente. Tiramos algumas fotos, ele também tiro fotos com a gente, e seguimos. Chegamos em Quincemil; vila muito pequena; nos informamos sobre a distância para Marcapata; mas no Peru, pelo menos nessa região, as pessoas não informam distância em quilômetros, e sim em horas. Uns diziam que seriam 2 h, outros 3 h, e outros ainda 4 h. Resolvemos seguir, pois daria tempo de chegar a Marcapata ainda de dia. Mas conforme foi subindo, em meio aquela poeira, e a velocidade muito baixa por conta da estrada; chegou num ponto em que minha moto começou a falhar; andava muito devagar; já era noite e nós ainda bem distante de Marcapata. Chegou um momento em que a moto não andava mais; somente dava uns trancos e ia se deslocando muito lentamente; a moto do Roberto já sentia bem a altitude também, mas ainda andava. Nessa hora o frio já era muito; então chegamos numa casa para saber a distância; para nossa alegria eles serviam comida para os caminhoneiros e também nos arrumaram hospedagem. Era dois quartinhos de madeira, em cima tipo sobrado; para chegar até eles passávamos por dentro do quarto do pai da dona da casa, senhor já de idade; e aí o frio chegou com força. Perguntamos para nosso anfitrião, que eu e o Roberto o chamamos de “Claro”, pois ele repetia muito a palavra “claro”; onde tomaríamos banho; ele nos indicou uma bica d’água que vinha direto da cordilheira; imagina a temperatura da água. Dormimos sem tomar banho. Para comer nos serviram uma sopa de macarrão com ovo, quentinha. Quando eu já estava quase cheio, chegou o jantar: arroz, salada, ovo frito e um pedaço de frango. A sopa era só a entrada; para dar uma preparada no estômago; mas a gente não sabia, e como estávamos com fome, mandamos ver. Depois do jantar o Roberto tomou duas Cusqueñas, e eu tomei uma Inka Cola; tanto a cerveja, quanto o refrigerante nos foram servidos direto da prateleira, e estavam bem frios. Ali não havia energia. Dividimos o jantar e as bebidas com um casal de caminhoneiros que pararam ali para jantar. Eles tinham um macaco domesticado, que foi a festa para todos; principalmente para as crianças, as filhas do casal que nos receberam. Depois de colocar as botas no rabo do fogão (parte mais baixa do fogão, onde se põe a lenha) a lenha da dona da casa para secar; subimos para os quartos. As botas estavam bem molhadas, pois não havia pontes em todos os rios; nos mais pequenos tínhamos que passar por dentro d’água mesmo; como havia muitas pedras grandes e redondas submersas; não tinha outro jeito senão enfiar os pés na água para firmar a moto, e não cair dentro da água com toda a bagagem. Então subimos para nossos quartos. Luz só de lamparina. O quarto do Roberto era parede e meia com o meu. O Roberto dormiu dentro do saco de dormir dele; eu usei os cobertores oferecidos pelos donos da casa. Quando chegamos, eu notei que havia um penico embaixo da cama do meu quarto; bem encardido por sinal. Então o empurrei com o pé bem para debaixo da cama, com certo nojo. Mas quando deu a madrugada, acordei com a bexiga muito cheia; o frio era intenso; descer não era uma opção, pois eu teria que passar dentro do quarto do senhor, e eu não queria incomodar. Então me lembrei do penico; tive que deitar praticamente no assoalho de tábuas, que era o piso do quartinho, para poder alcançar o penico encardido; e dessa vez com a mão mesmo. Viu como tudo muda muito rápido, kkkkkkkkkkkk. Só sei que no outro dia cedo o penico estava cheio, pois voltei até ele pelo menos mais uma vez, antes de levantarmos.




 Pátio interno do Hotel Royal, muito bom para guardar as motos

 Puerto Maldonado ainda bem cedo



 Nos despedindo do Jaime gerente do hotel

 Fazendo amigos

 Mirador em Puerto Maldonado



 Aguardando o café da manhã





 Tuc-tuc

 A senhora do café



 Novas amiguinhas

 Crianças, são iguais em todo lugar; gosto muito

 Diminuindo um pouco a pressão dos pneus

 Estrada em obras para o asfaltamento



 Cascalho bravo

 Estrada do Pacífico

 Interoceânica



 Como sempre, animais soltos

Acampamento da construtora 



 Santa Rosa



 Curvas em "U" na terra









 Poeira, muita poeira



 A Serra de Santa Rosa sendo cortada

 Igrejinha no alto da Serra de Santa Rosa

 Garimpo







 Em Mazuco com locais



 Ponte sobre o Rio Iñabari















 O porco, entre Mazuco e Quincemil

 A tenda



O peru assanhado

 Sinais da cordilheira

 Um padre de São Paulo indo de bicicleta para o México

 Quincemil



 Nossos anfitriões nessa noite



 Roberto e o macaco do casal de caminhoneiros











 O senhor pai da dona da casa secando cereais

 Quartinho do Roberto

 Ele dormiu assim, dentro do saco

 Meu cantinho nessa noite

O penico que salvou a pátria

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